O Jester.
Tolo, Coringa, Bufão, Palhaço.
Praticamente todas as pessoas já ouviram falar desses nomes,
muitos acreditam que são sinônimos entre si, mas na real em Inglês, seus nomes são:
Fool, Joker, Buffon e Clown, respectivamente.
Há justamente outro termo, que de fato especifica muito
bem o contexto geral que temos para essas palavras, em português chamamos de bobo da corte, onde no inglês o
original é Jester.
Os Jesters eram muito populares nos castelos da Europa, na
Idade Média, sua origem vem do Império Bizantino, durante as Cruzadas.
Sua função era divertir ou alegrar as pessoas, muitas
vezes se passando por bizarro e/ou ridículo, tudo para o benefício da alta
monarquia que naquela época adorava se divertir principalmente com o sofrimento
dos outros.
Muitos dizem que a maioria deles, eram escravos, que para
não serem torturados, ou terem uma morte trágica, aceitavam passar por isso, porém
em muitas ocasiões eles eram espancados.
Seu humor era
baseado nas críticas feitas aos nobres, às suas condições precárias de vida, tendo
em mente muitos vocábulos pornográficos ou indecentes, ou simplesmente pelo seu
sofrimento (como levar um imenso tombo no chão).
Curiosamente, nem sempre era assim, já que na Espanha, houve
alguns reis que se importavam muito de sua presença, e tamanha era a necessidade
que eles viajavam com comitivas de Jesters.
Geralmente é representado com roupas coloridas (em duas
cores chamativas, que são muito mais comuns do que diversas cores. Como por
exemplo, Azul e amarelo ou Verde e Roxo),o seu típico chapéu com guizos,sapatos
com bolas na ponta,e acompanhados ou não de malabares,ou laranjas para a
prática do juggling e instrumentos musicais como violas,típicas de serenatas.
Mas um de seus principais adereços era o seu cetro.
O Cetro era justamente uma ironia a respeito dos nobres, onde
eles usavam para demonstrar seu poder e riqueza, o Cetro do Jester era muito
simples e possuía uma carinha representando à ele mesmo,como se dissesse que a
única coisa que ele podia se orgulhar era de si mesmo.(O que não era muita
coisa)
Sua importância é tamanha que possui uma representação no
carnaval de Veneza, O Arlequim, no Tarot(O Tolo,Arcano número zero) no baralho
comum(O Coringa),este último dando ideia até para vilão de algum super-herói
por aí...
E o que seriam das festas infantis sem o típico palhaço, tão
amado pelas crianças?
Alguns elementos do passado de fato mudaram, mas em essência,
permanecem os mesmos.
A roupa ficou mais colorida agora, sem losangos ou
quadrados menores.
Não utilizam-se mais de Cetro ou outro apetrecho,na
verdade quase não utilizam mais nada,bastam-se a si mesmo e outros objetos
variados para compor uma cena.
Suas críticas sumiram,sua questão social, e os dizeres luxuriosos
e lascivos, mas uma coisa ainda permaneceu até hoje.A forma de humor onde eles
sofrem.(Ou será que não percebeu que a maioria das coisas que o palhaço faz é
cair,ou algumas caretas?Resquícios da Idade Média).
No final o Jester é só alguém que devido a sua capacidade
de não ter nada a perder, é o mais franco, sincero e honesto dentre todos na corte.
O Artista, o Saltimbaco, aquele do reino que está mais próximo do povo, da plebe,
de fato um grande personagem daquela época. E mesmo com todo sofrimento que passa,
tenta dar um pouco de alegria à vida de alguns poucos que merecem, depois de atravessar
diversas dificuldades. Ficando bem conhecida aquela frase:
“O Palhaço é aquele que sorri por fora,e chora por
dentro.”